E, às vezes, como uma borboleta o coração se revela.
Como a areia da praia no vento.
Como uma dolorosa despedida de aeroporto.
Como um quadro perdido de metástase.
Como um estado crucial de apostasia.
O homem padece de uma gripe sinestésica a partir de então, seus sentidos enlouquecem.
Sente o amor com o faro, com as fotos, com o vento, com a ausência, com o choque, com os espinhos.
Repentinamente, o amor avança para um estágio tão nocivo... ganha a inebriante beleza das estrelas de nêutrons,que envolve por sua beleza, seu tamanho perolado, mas só quer que a levantemos pra sentir suas toneladas.
É nesse suspender estelar que tudo dói.
Dói saber que a pessoa existe.
Dói a certeza quase fulminante de que essa pessoa não te quer, de que ela não de deseja vivo da forma como você a deseja.
Dói desejar com todas as forças da palavra desejo.
Dói perceber que ela não te respira, não te vê, não te sente em todo o lugar como o sentido de tudo.
Dói tanto! É como se esmagassem todos os seus sonhos.
Dói como a dor de haverem desordenado as setas para as suas direções.
Dói como a dor de soterrar a fé, como a sensação de sentir o peso do mundo em seu peito.
É um martírio tão gostoso, uma vontade cega de querer vencer se perdendo...
É, definitivamente como uma borboleta.
Não há comparação mais perfeita.
Não há comparação mais indomável, mais impermanente, mais imprevisível e mais direta.
Quando você pousar em mim, esquecerei-me de todos os pesos de todas as estrelas que projetei.
Esquecerei o mar de melancolia transpassando em mim.
Esquecerei o frio apavorante de estar só mesmo com todo mundo.
Lembrarei de meus lábios úmidos, meu corpo molhado, meu semblante sereno, mas de predador, e dessa vontade alastrante que precisei emudecer por um momento de nos fazermos felizes,
Mas é só até você pousar em mim.
MI, isso foi perfeito!
ResponderExcluirParabéns!!!