terça-feira, 25 de agosto de 2009



Com um suspiro pesado e incontrólável, finalmente resolveu parar. Já havia andando tanto que suas pernas pareciam implorar que ele parasse. Parou, e lá ficou. Observou atentamente e com o máximo de destreza possível tudo quanto pudesse captar. Observou como seu coração batia mais frenético que compassado, deduzindo uma possível cegueira temporária da parte da mente. Observou o quanto seu corpo estava deseperadamente aproveitando o descanso no caminho, era algo como um cativo que decorava os segundos de liberdade ao mesmo tempo em que se prepara para voltar às grades.Como demorou que ele chegasse ali... como vai demorar ele chegar até onde pretendia. Olhou para trás e percebeu as marcas de seus sapatos no chão; percebeu as linhas grossas que arrombavam o chão de quando ele foi carregado e seu calcanhar foi se arrastando na areia; percebeu os momentos em que ele pensou que estava caminhando acompanhado, mas lá só haviam o registro dos seus passos. Sentiu-se desenfreadamente só, asperosamente só, melancolicamente só. Partindo da solidão... decidiu que o caminho escolhido era inútil, pois não levava aonde ele queria chegar (E onde é que é mesmo?). Levantou-se e despiu-se de toda a conexão com os antigos ideais, estes não eram mais bens e sim prejuízos! É a hora de pegar outra direção.

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